quarta-feira, 30 de outubro de 2013

[da boca dos outros]

assim vai a vida
Daqui a umas horas saio para uma semana na França.
À mesa, combino com os miúdos como se vão organizar durante estes dias sem mim para lhes apanhar as pontas. Quando se dão conta de que o pai vai ter comigo a meio da semana, começam a trocar olhares cúmplices entre eles.
- Nem pensem em fazer uma facebook party!, digo eu, alarmada.
- Não te preocupes, mãe... (e riem gargalhadas velhacas.)
- Se fizerem aqui uma party, vão ser deserdados!
- Oh, não te preocupes: se fizermos aqui uma party, não vai haver nada para herdar!
A avó intervém na conversa:
- Se não se portam bem, fico aqui a fazer de baby-sitter.
Eles não se atrapalham:
- Vais ser a nossa party queen.

E assim vai a vida. Por estes dias algumas mulheres jovens têm andado a conversar em blogues sobre os motivos para ter filhos e eu, que em tempo útil nunca me lembrei de pensar nos porquês, estava capaz de responder que rir assim com eles é um bom motivo. Entre todos os outros que me hão-de ocorrer à medida que acontecem.
Daqui a umas horas saio para França, para os Alpes perto de Grenoble. Diz que lá o Outono também está magnífico. Levo a máquina fotográfica (sim, sabe-se lá que é que vai acontecer aqui em casa...) e talvez consiga mais uma resma de "quases".

por Helena 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Quem vê caras, não vê corações.

Diz um daqueles memes partilhados nos murais das redes sociais que a partilha da nossa história é uma obrigação. Que, quando nos assumimos e revelamos as nossas histórias, nos estamos a curar e a ajudar outros a fazê-lo. Ora, não sou assim tão ambiciosa.
Antes de mais, há muito tempo que deixei de pensar que tenho de me curar da minha história, ela é o que é, não vale a pena imaginar máquinas do tempo. nunca me vou curar dos meus arrependimentos, porque são isso mesmo: arrependimentos. Eu cometi erros e esses erros tiveram consequências nas vidas de outras pessoas. E na minha. Oh céus, e na minha vida.




Cipreste