Mostrar mensagens com a etiqueta Claudia Chapman. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Claudia Chapman. Mostrar todas as mensagens

domingo, 2 de março de 2014

Para sempre

«Everyday, more of who they are unfolds and unfurls, and it feels like a miracle that we get to be here and see it. (…)We are different people for being their parents. I think they are different people for being our children. We are shaping each other, day by day, into the family that all four of us are becoming, the family that I now can’t imagine being any other way. I know now that Laura really was right, all those years ago – you really do love your real babies, always, no matter what.»

p.205


Claudia Chapman in Hypothetical Future Baby - An Unsentimental Adoption Memoir


autora do blog my fascinating life

* * *

Periodicamente, tentaremos partilhar livros que vamos lendo. Acaba hoje esta semana de excertos diários do "nosso primeiro livro sobre adopção".


6ª-feira -Uma mãe normal, uma boa mãe
Sábado - Sobre vinculação e neuro-fisiologia (levantar a ponta do véu)

Cipreste

sábado, 1 de março de 2014

Sobre vinculação e neuro-fisiologia (levantar a ponta do véu)

«When we had just met, they didn’t expect anything of me. Now they expect everything. It’s utterly exhausting. It’s endlessly frustrating. It’s infinitely gratifying.
Yes, gratifying. I find myself thinking: I did that! I made you trust me, with my manipulative mothering ways! and then I want to do a little victory dance around the living room. And okay, sometimes I close the curtains and succumb. I’m not ashamed at all of feeling thrilled about this. It’s not about making us feel like a real family, and it’s not just about warm fuzzy feelings. Secure attachment is about brain chemistry, and parental responsibilities don’t get much bigger than keeping your child’s neurochemistry somewhere within the normal range. A securely attached child sees the world as an essentially safe place, and starting life without that makes everything – everything – harder.»

p.191/192


Claudia Chapman in Hypothetical Future Baby - An Unsentimental Adoption Memoir


autora do blog my fascinating life

* * *

Periodicamente, tentaremos partilhar livros que vamos lendo. Começamos com esta semana de excertos diários do "nosso primeiro livro sobre adopção".


6ª-feira -Uma mãe normal, uma boa mãe


Cipreste

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Uma mãe normal, uma boa mãe

«I knew I would be hard. I knew. I knew. I knew. But I didn’t know it would be like this. There are no words to describe how bad I’m coping. This is all so much more impossible than I expected. What is wrong with me, with us? (…)
“I wanted to be a different sort of person, “ I say. “It was so important to me to be a good mother. I’ve only had these babies for a week, and I feel like they have sucked my soul. I’m already a terrible mother. How can I have let the rot set in so quickly? Shouldn’t there have been a honeymoon period?”
Mum disagrees with me, gently, and tells me that I’m not a terrible mother. I appreciate the effort, but I know she’s lying; that’s what a good mother would do in this situation.
“I am,” I say. “I know it. I’ve got these two tiny babies, and they are so vulnerable, but they are so needy and I just can’t handle it. I resent them already. I know they need all of me but I don’t want to give it to them. They cry, and when I hear it my heart sinks. I don’t want to feed them again.”
“No,” she says “that doesn’t make you a bad mother. That makes you a normal mother. What makes you a good mother is that you don’t want to do it but you do it anyway.”»

p.141/142


Claudia Chapman in Hypothetical Future Baby - An Unsentimental Adoption Memoir


autora do blog my fascinating life

* * *

Periodicamente, tentaremos partilhar livros que vamos lendo. Começamos com esta semana de excertos diários do "nosso primeiro livro sobre adopção".

2ª-feira - A ideia de um filho
3ª-feira - Fazer *algo*
4ª-feira - Cansaço, a miscelânea de emoções
5ª-feira -Toda as adopções começam com uma história de perda

Cipreste

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Todas as adopções começam com uma história de perda

«We ask for information about the children’s past, how they have found themselves here, why it is that they are likely to grow up in England with two white strangers. Desta tells us their history and I connect this heart-breaking story with the two tiny infants sleeping downstairs, I don’t know how to bear it. All adoption starts with loss is something I have known ever since we started on this path, but the abstract idea of loss feels a lot less horrifying than the real personal story that will put these children in my arms.»

p.114


Claudia Chapman in Hypothetical Future Baby - An Unsentimental Adoption Memoir


autora do blog my fascinating life

* * *

Periodicamente, tentaremos partilhar livros que vamos lendo. Começamos com esta semana de excertos diários do "nosso primeiro livro sobre adopção".

2ª-feira - A ideia de um filho
3ª-feira - Fazer *algo*
4ª-feira - Cansaço, a miscelânea de emoções


Cipreste

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Cansaço, a miscelânea de emoções


«I’m sick of crying, and I’m sick of trying to hold in the tears. I’m sick of whining about it. I’m sick of doubting myself, and wondering if I can ever be a good parent to an adopted child when the adoption process makes me so unbearably angry. You make me question myself and my choices and lose all my self-control.»
p.77


Claudia Chapman in Hypothetical Future Baby - An Unsentimental Adoption Memoir


autora do blog my fascinating life

* * *

Periodicamente, tentaremos partilhar livros que vamos lendo. Começamos com esta semana de excertos diários do "nosso primeiro livro sobre adopção".

2ª-feira - A ideia de um filho
3ª-feira - Fazer *algo*


Cipreste

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

fazer *algo*


«I’m realizing more and more that adopting really, really isn’t a replacement for doing things the normal way. It’s great, but it’s not a replacement. I feel intense joy about the family that we are going to have, but I still find myself mourning the losses of what we won’t have, too, that we won’t be, what I can’t do. I expect our child will feel the same. However joyful our lives are together, he should never have had to feel the loss of one set of parents before gaining a second. (…)
Also, I want to be doing something for this child, and I cannot. I think about people telling me that this wait is like a pregnancy wait and I know in every bone of my body that they are wrong. I know that being pregnant is difficult. But those difficulties are not these difficulties.»

p.49


Claudia Chapman in Hypothetical Future Baby - An Unsentimental Adoption Memoir


autora do blog my fascinating life

* * *

Periodicamente, tentaremos partilhar livros que vamos lendo. Começamos com esta semana de excertos diários do "nosso primeiro livro sobre adopção".

2ª-feira - A ideia de um filho

Cipreste

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

a ideia de um filho


«“I don’t know that I can do this, Laura”, I say “Most babies I would conceive wouldn’t even survive. How could I get pregnant, knowing that my baby would probably never make it out alive?” I'm getting shrill. “And if it does survive, and it has serious special needs, how can I know for sure I would love it?” Shriller. “And what about Jay? Would this destroy our marriage? And how can I even be having these thoughts?” At this point, only dogs can hear me.
She says to me: “The problem is that you’re not thinking about an actual child, you’re just thinking about the idea of a child.”
“My hypothetical future baby,” I agree.»
p.17


Claudia Chapman in Hypothetical Future Baby - An Unsentimental Adoption Memoir


autora do blog my fascinating life

* * *

Periodicamente, tentaremos partilhar livros que vamos lendo. Começamos com uma semana de excertos diários do "nosso primeiro livro sobre adopção".

Cipreste

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Ajuda

(publicado inicialmente no facebook)


Acto de auxílio é uma das definições desta palavra.
Não sendo uma pessoa crente numa entidade superior única, sou crente no bem-querer entre as pessoas. E aqui entra uma expressão-chave: entre.
Tenho pensado muito sobre este assunto nos últimos tempos, um pouco mais nos últimos 3 anos. Muita água tem passado debaixo da minha ponte. Alguns sustos e aflições.
Vou juntando as expressões para esta reflexão: ajuda; entre; e escrita.
É de escrita que também quero falar. Escrita e leitura - suas necessidades e eventuais utilizações (que é como quem diz da serventia). E do fenómeno dos livros de auto-ajuda.
Conheço poucas pessoas que admitam ler livros de auto-ajuda e vejo lógica nisso, já vou explicar a razão.

Antes, quero dizer que, vivendo uma “condição” específica  há muito tempo, no último ano encontrei ajuda além da habitual (família, amigos, colegas de trabalho, etc.) nessa coisa que um dia pareceu tão distante de mim: os grupos de entre-ajuda. Sim, a partilha das nossas dores e receios com perfeitos estranhos. Ou deverei dizer estranhos perfeitos? Sim, isso.
Aprendi mais umas lições. A primeira (a velha lição) foi sobre não negar à partida uma ciência que se desconhece.
Não me vou alongar sobre o que ganhei por me abrir a mais uma dimensão das relações humanas. É tudo demasiado óbvio para mim, e compreendo que possa parecer demasiado obscuro para quem nunca o praticou. Fiquemo-nos nas nossas realidades se assim for mais confortável. Está tudo bem.

E volto às expressões que juntei para este texto e à auto-ajuda.
Ontem, encontrei um livro na caixa de correio. Já o encomendara no dia 04 pelo que a ansiedade de o receber estava já sossegada. Trata-se de um livro escrito na primeira pessoa por alguém que vive uma condição parecida com a minha. Digo parecida porque todas as histórias são diferentes, obviamente. Entrei em casa e li logo as 2 ou 3 páginas iniciais. Hoje, tenho estado a fazer tarefas soltas entre as quais pego no livro amiúde e vou lendo uma página de cada vez. Gostava de ficar a lê-lo de seguida, mas compromissos do coração falam mais alto.
Porém, tive de vir aqui partilhar uma série de sentimentos que têm brotado ao longo das parcas páginas que já li. Sim, sentimentos por vezes acompanhados de uma lagrimita, mas não, não é um livro de emoções-instantâneas e posso dizer que está muito bem escrito por uma pessoa que se revela muito inteligente.

Adiante. As ideias que desejo partilhar são as seguintes:

- Vale a pena entrar, nem que seja muito devagarinho, no mundo da entre-ajuda. Não estou, de todo, a desvalorizar o papel da restante rede de apoio (expressão feíota, eu sei, mas acho que é a que define melhor). Nem sequer estou a dizer que, na minha experiência, uma das dimensões onde vou encontrar alento é melhor do que a outra. São diferentes, ponto. E, vou contar-vos… esta menina tem-se surpreendido muito a cada passo na entre-ajuda. E, até agora, só ganhei.

- Penso que percebo agora porque é que a auto-ajuda pode ser algo falacioso: é auto e não entre. Duh! Não querendo ajuizar quem se faz valer da auto-ajuda, penso que é apenas mais uma forma de estar virado sobre si próprio. E um dos riscos de estarmos sempre virados para o espelho é precisamente a oferta limitada de visões que essa perspectiva oferece. Há que viajar e ver outras realidades, nem que sejam viagens pela net que foi onde encontrei o “meu” grupo de entre-ajuda.

- Sobre a leitura: fico sempre tão aparvalhada quando leio outras pessoas a descreverem na perfeição episódios que eu vivi. Estou a falar de livros que fazem partilha de experiências, e entra aqui uma grande diferença: não são livros de entre-ajuda, são de partilha, isso, apenas isso. Porque estamos a falar de leitura e de humanos que escrevem e não de génios - seres superiores e infalíveis. Ninguém pode pensar que vai ajudar alguém através de um livro. Não compreendo a ajuda como algo que acontece de forma unidireccional. E a leitura é-o. A leitura é um acto numa só direcção. E a escrita também. Por isso mesmo a diferença que refiro. O máximo que pode acontecer é eu ligar peças ao ler um livro de partilha e, a partir daí, tornar esse corolário em algo útil. Não quero, com isto, dizer que não nos possamos sentir gratos a quem escreveu.

Estarei a fazer sentido?

O que quero aqui dizer, e talvez fosse desnecessário o texto acima(?), é que, quando vivemos situações específicas que requerem alguma resiliência  para não se andar por aí a mal-dizer a vida, há ajudas. Não estamos sozinhos. E eu acho que é tão importante saber que não estamos sozinhos. Não que desejemos aflições às outras pessoas, mas porque sabemos que, de facto, shit happens e não é só a nós. Então, porque não nos aproximarmos um pouco (pode ser à laia de raposa) para observarmos como convivem outras pessoas com o mesmo tipo de situações?
Porque não? Porque somos muito ciosos da nossa privacidade? Ok, legítimo. Mas depois não me venham cá dizer que a privacidade é um lugar muito só. Vou começar por explicar que acho que a privacidade pode ser muito mais do que aquilo que pensamos ser um segredo bem guardado. E que, a cada camada da nossa privacidade que revelamos, estará lá outra a formar-se. E que não vamos deixar de ser únicos porque levantámos o véu de algo que, afinal, não nos é exclusivo. E acresce que, nos tempos que correm, nem sequer temos de o fazer revelando a nossa identidade ;)
Enfim, se me disserem que gostam de se considerar uma espécie de eremitas, então não percebo porque é que ainda estão a ler este texto :)

Finalizo confessando que tenho pensado muito em escrever sobre as minhas vivências, em formato de blog, apenas ainda não consegui resolver que grau de identificação da minha pessoa é que quero revelar. A decisão não é linear, é de tipo pau-de-dois-bicos, mas hei-de lá chegar. Porque, noutros contextos, já tive a oportunidade de saber que a partilha de algumas situações nos pode permitir a abertura de horizontes. E porque gosto de escrever. E porque me faz sentido que utilize a escrita para além da poesia. Ou antes, porque a entre-ajuda tem muito de poético. Vá, chamem-me fatela. Eu chamo-lhe uma espécie de entre-auto-ajuda ;)

Reli o texto e ainda não percebi se só fará sentido a mim.
Enfim, hoje sinto-me muito grata e quis partilhar estas ideias soltas.
Clique-se no botão “publicar”.



Cipreste