da ausência dos últimos dias...
Começamos o dia da mãe com a notícia do falecimento da avó P., avó paterna do Chaparro, bisavó do Freixo. Um dia triste. Dias tristes.
A avó P. está muito presente nas memórias do Chaparro - como uma protectora, uma salvadora em momentos mais difíceis da sua infância.
Não sabemos se o Universo fala connosco.
Factos: a avó P., junto com a minha avó M. eram as nossas avós paternas, eram as nossas avós maternais. Uma foi a enterrar no dia da mãe, a outra foi embora no dia da mãe.
Dói-me que os meus futuros filhos não as tenham conhecido.
Era-me muito fácil gostar da avó P. e eu sabia que o sentimento era recíproco. A sua solidariedade para com a minha infertilidade era uma coisa forte, de mulher para mulher. Era muito bom estar de mãos dadas com ela durante as nossas curtas visitas. Estava sempre a mandar-nos embora, não gostava da ideia da viagem longa que tínhamos de volta. Era demasiado prática, a vida assim lho exigiu.
Teve direito a uma igreja cheia de familiares e amigos, todos doridos, todos com um sorriso no rosto por terem feito parte da sua vida. Cumprimos os rituais funerários e mimetizámos o seu discurso se nos pudesse correr a todos dali por estarmos a "perder" dias de trabalho e, afinal, não valer a pena tanta coisa só por causa dela. E sorrimos.
Voltou para os braços do seu amor que perdeu há 50 anos e cuja memória evocava sempre, descansam agora juntos.
À noite, brindámos a si e agradecemos-lhe pela lição de vida.
Adeus, avó P.
Começamos o dia da mãe com a notícia do falecimento da avó P., avó paterna do Chaparro, bisavó do Freixo. Um dia triste. Dias tristes.
A avó P. está muito presente nas memórias do Chaparro - como uma protectora, uma salvadora em momentos mais difíceis da sua infância.
Não sabemos se o Universo fala connosco.
Factos: a avó P., junto com a minha avó M. eram as nossas avós paternas, eram as nossas avós maternais. Uma foi a enterrar no dia da mãe, a outra foi embora no dia da mãe.
Dói-me que os meus futuros filhos não as tenham conhecido.
Era-me muito fácil gostar da avó P. e eu sabia que o sentimento era recíproco. A sua solidariedade para com a minha infertilidade era uma coisa forte, de mulher para mulher. Era muito bom estar de mãos dadas com ela durante as nossas curtas visitas. Estava sempre a mandar-nos embora, não gostava da ideia da viagem longa que tínhamos de volta. Era demasiado prática, a vida assim lho exigiu.
Teve direito a uma igreja cheia de familiares e amigos, todos doridos, todos com um sorriso no rosto por terem feito parte da sua vida. Cumprimos os rituais funerários e mimetizámos o seu discurso se nos pudesse correr a todos dali por estarmos a "perder" dias de trabalho e, afinal, não valer a pena tanta coisa só por causa dela. E sorrimos.
Voltou para os braços do seu amor que perdeu há 50 anos e cuja memória evocava sempre, descansam agora juntos.
À noite, brindámos a si e agradecemos-lhe pela lição de vida.
Adeus, avó P.
2 comentários:
Que a avó P. continue a estar de mãos dadas contigo e a olhar por vós lá bem do cimo, e como bem dizes, nos braços do seu amor!
Uma das grandes mágoas que tenho para com a infertilidade é esta, a da vida que nos vai roubando e que não permite que os nosso futuros filhos tenham o prazer de conhecer!
Há dias em que peço a Deus que, se estiver no meu destino a bênção de um filho, que seja enquanto tenho a minha mãe por aqui, permitindo assim construir um mundo de lembranças partilhadas e vividas.
Beijo grande de força para todos.
Obrigada, Carla***
Nem consigo falar deste assunto de ver os anos passar... :(
Beijinhos!
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