segunda-feira, 4 de agosto de 2014

mudar de vida

O meu pai, doente oncológico há 13 anos, portador de doenças diferentes entre si e muito graves, tem-nos ensinado as maiores (as mais básicas) lições de vida. Há uns 3 anos, disse-me «Olha que a vida são mesmo só 2 dias, eu pensava que eram 3, mas são só 2.». A minha mãe confirmou e disse-me das vezes em que se chateou e se preocupou em vão com coisas, afinal, insignificantes e de como se arrependia das energias que gastou nesses eventos.

Acho bonito cumprimentar os outros com um “saudinha!”. 
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Haja saúde.

Eu sei: há dias muito maus nesta passagem. Um dia, por exemplo, quis morrer, tive uma dor tão negra dentro do meu peito que me achei indigna de viver. Sobrevivi à custa de poupar um desgosto aos meus pais.
Hoje, o dia começou como os outros. Ontem à noite, quis rever o American Beauty e assim fiz. Fui para a cama inspirada pelo filme, como das outras 4 ou 5 vezes em que o vi.
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Há momentos que nos parecem ser guiados por aquilo a que, eu – ateia, agnóstica ou lá como me queiram apelidar, chamo de anjo da guarda.
Hoje, o dia começou como os outros, com o lusco-fusco veio uma mudança profunda nas nossas vidas.
Sentámo-nos, trocámos olhares, conversámos e soubemos que isto, afinal, há-de ser uma insignificância.
O meu pai continua a levar os dias de bem com a vida, todos os outros vão bem de saúde, nós também. E nenhum de nós quer morrer.
Vamos ficar bem.
Nós estamos bem e é assim que seguiremos pela estrada renovada que ajudaremos a abrir. Haja saúde. E se a não houver, cá estaremos - uns para os outros.

Saúdinha!
Cipreste

2 comentários:

Anónimo disse...

we will gonna be allright

Cipreste disse...

yes we are :)