Isto não trata de controlar o nosso discurso grão-a-grão, nem de invalidar o facto de que toda a gente já respondeu a desafios sem parar para respirar e pensar no que pode estar por detrás do acto provocatório. Isto trata de encurtar caminhos, de evitar enrolos já de si suficientemente complexos.
Surripiei o seguinte quadro aos Padrinhos Civis:
Surripiei o seguinte quadro aos Padrinhos Civis:
O que eles dizem
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O que eles querem dizer
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O que nós respondemos
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O que nós devíamos responder
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“Não tenho de lavar os dentes. Não és minha mãe!”
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“És a minha mãe?”
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“Aqui fazes o que eu mando!”
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Eu sou tua mãe/responsável por ti, amo-te muito e quero tudo de bom para ti. Quero que tenhas uns dentes branquinhos e não sofras com dentes estragados”
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“Não faço, porque na minha instituição não fazíamos assim!”
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“Ainda não percebi se devo continuar a identificar-me com a minha instituição ou se já pertenço aqui”
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“Pois, mas aqui é assim e ponto final!”
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“Compreendo que fazias assim na instituição. Na nossa família fazemos de outra maneira e tu és da nossa família.”
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“Não quero estar aqui!“
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“Vais abandonar-me como toda a gente fez antes?”
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“E nós ralados!”
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“Nós queremos que tu estejas aqui. Esta família é a tua família para sempre, nunca nos vamos perder uns aos outros.”
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“Vou fugir!”
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“Vais deixar-me fugir? Parece que não me amas…”
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“Porta da rua, serventia da casa!”
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“Podemos zangar-nos, mas somos uma família para sempre. Amo-te muito e nunca te deixaria partir.”
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“Vou dizer ao juiz que não quero estar aqui!”
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“Gostas de mim o suficiente mesmo que eu me tenha portado mal ou vais dizer ao juiz que já não me queres?”
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“Então vai! Quero lá saber, deves pensar que me ralo muito com isso!”
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“Somos uma família para sempre. Mesmo quando te portas mal, amamos-te. Isso não significa que poderás continuar a portar-te mal, mas que gostamos de ti em todas as situações."
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Cipreste
5 comentários:
Como dás abertura aqui para se falar destas questões, gostava de te perguntar algo que me chamou a atenção. Nao dependerão algumas respostas do tempo a que a criança já foi adoptada? Ao dizer: nós amamos-te, numa fase em que se estão a conhecer, não poderá ser sentido por ela com desconfiança, tendo em conta que já é mais velhinha? Digo isto porque ao tentar colocar-me no lugar dela, imagino-me a duvidar da veracidade dessa afirmação numa fase inicial e a preferir algo que transmitisse que nunca seria abandonada mas que nos estavamos a descobrir. Talvez nao faca sentido nenhum o que digo e seja importante afirmar logo o amor mas fica a dúvida :)
Concordo contigo e partilho a dúvida
Fiquei a pensar que também haverá respostas e provocações para as quais as crianças tb não se sentem seguras para fazer numa fase inicial, não?
estas compõem um conjunto que reflecte uma fase em que a criança já sente alguma segurança em provocar, parece-me
e, lá está, estas coisas não são receitas, não é? :) são apenas guias para ver se as campaínhas tocam cá dentro antes de sermos reactivos e evitar determinados danos de comunicação :)
outra coisa, vejo com muito cuidado a "interpretação" do que a criança quereria dizer
lá está, isto é apenas um guia para lembrar que nem sempre o que dizemos é o que queríamos dizer, principalmente quando somos crianças emocionalmente incertas dos adultos :)
este post acrescenta e explica muito melhor o que quero dizer: http://www.declassifiedadoptee.com/2014/05/as-rightful-narrators-adoption-rad-and.html
beijinhos!
Muito bom, gostei, vou guardar este texto bem guardado, boas dicas.
:)
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