segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

gripes emocionais

O fim-de-semana chegou. O fim-de-semana voou. Nele coube tanta coisa que parece ter sido uma semana. Vimos paisagens maravilhosas, Portugal é um país tão bonito. Trabalho e lazer. Ou "trabalho que é lazer" e mais lazer. Comida gostosa (que também faz parte da felicidade). Pessoas do melhor que há, de calibre boa gente
É tão bom sentirmo-nos rodeados de gente boa. Podermo-nos despir de cuidados no que dizemos. Poder dar uma opinião sem recear ferir sensibilidades, ser interrompida ou interromper em liberdade, ser calada ou poder mandar alguém calar porque se está a dizer disparates. Discordar ou concordar, no conforto da cumplicidade. Sorrir. Rir. 
Nem sei se tinha dado conta, andava um bocadito cansada dos ambientes que se crêem subversivos e contra o  politicamente correcto mas que, vai-se a ver, e é, afinal, tudo politicamente frágil

Adiante, que eu quero é dizer que o meu fim-de-semana foi muito doce. Os meninos conviveram com amigos novos. Brincaram muito. Comemos quase sempre em restaurante e eu fico tão orgulhosa da forma como os meus filhos se comportam em público. Dormimos numa espécie de camarata, os quatro. Fomos convidados para um jantar de família de pessoas que não conhecíamos. E ali nos envolvemos. 

E fiquei doente. 

Pois. 
Sábado à noite, após o tal jantar em família, subitamente comecei a ter sensação de “anginas”. No espaço de uma hora deixei de conseguir falar e engolir saliva. Fomos para “casa”, tomei uma dose de brufen e aspegic e cama. Os meninos ficaram assustados, coitadinhos. Pus-me a (tentar) rir e tal para os tranquilizar, mas nada. O que eles queriam era aconchegar a mãe. Estive 12 horas na cama e acordei (quase) fina. Eu nunca fico doente, tenho estas ameaças, tomo doses cavalares e consigo sempre reverter o processo em cerca de 12/24 horas. Ontem, tinha sensação de cabeça oca (o Chaparro disse-me que sempre fui assim, só que às vezes não dou conta :) ). 
Hoje, estou ainda com o corpo dorido, mas a cabeça já me parece inteira. 

Nunca fico doente. A endometriose foi a minha maleita, mas já passou. Fico muito escandalizada de cada vez que se me dão estes chiliques. Porque gosto muito de me gabar de ter saúde de ferro. 

Tenho uma teoria sobre estes episódios de ameaça que acabam sempre por recuar e não se traduzem em gripes ou outros, de facto. Eu acho que, quando faço viagens emocionais muito intensas fico mais frágil e o meu corpo reage assim. Ao invés de me dar para as crises de pânico ou assim, fico com sensação de gripe. 
A semana passada foi intensa em reflexões. Culminou na sexta-feira, quando fiz aquela pequena viagem emocional assim para o intenso. Depois foi o serão de sexta-feira, copos com trabalho e muito riso. O dia maravilhoso de Sábado em que cumprimos uma agenda enorme e convivemos. A envolvência daquelas pessoas, tudo, tudo me trouxe muita comoção e acho que o corpo deu de si. 

Lembram-se desta crise que descrevi? E quando o meu pai faleceu fiquei sem voz vários dias (e não foi por ter gritado ou chorado intensamente), com queixas respiratórias que não se traduziram num diagnóstico de facto. Agora deu-me para a somatização? 
Acho que o número de vezes que isto aconteceu já me deixam confirmar a teoria, são crises agudas de gripe emocional. 

Bom, mas agora é segunda-feira e há uma semana inteirinha de muito trabalhinho pela frente. 
Vamos a isto, 
boa semana a todos, 
Cipreste

4 comentários:

Anónimo disse...

faltou dizer, estava-se tão bem que a Magnólia referiu: parece que estamos de férias [da páscoa].

dia limpo disse...

nem sabe a que lhe espera... ;)

***

Cipreste

Anónimo disse...

Boa semana Cipreste!

Teresa

dia limpo disse...

:)