Eu também não gosto sempre das pessoas que amo, embora, enfim, são raras as vezes. E sei que é recíproco.
Sobre os Exercícios do futuro hipotético - coisas do contacto com a equipa de adopções, cujas ideias ando a tentar arrumar, sobram-me sempre duas coisas como as principais "campaínhas":
1. Por vezes, as marcas de se viver anos numa instituição - longe de um ambiente familiar, são mais intensas do que os traumas do passado, propriamente ditos.
2. Na sua maioria, uma das grandes dificuldades que as crianças adoptadas apresentam a início é a confiança no adulto. Estas crianças* não costumam sequer saber o que é acreditar que se é amado e que o amor dos pais é, não acontece apenas conforme os dias ou o humor das partes. Que os pais amam todos os dias, a cada segundo. Para sempre.
Tenho muita curiosidade (e medos) sobre este amor de que tanto se fala. Ando a confiar no futuro, é o que me resta em relação a este assunto.
Eu e o Chaparro escrevemos mensagens um ao outro nas paredes cá de casa, pela escadaria acima. Aguardo ansiosamente pelo dia em que vou escrever para, e com, os meus filhos, nas mesmas paredes.
Talvez uma mensagem assim:
via |
Ou a promessa - que aos filhos podemos, e devemos, fazer esta promessa: para sempre.
Cipreste
* já sabem que detesto generalizações, certo?
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