quarta-feira, 9 de abril de 2014

Apresentando a nossa família: as crianças

Hoje vou mostrar-vos um pouco mais de nós.
Tenho andado a escrever um texto sobre o sonho de ser mãe e, lá pelo meio, deu-me para começar a falar dos meus meninos e das minhas meninas, pelo que resolvi que era altura de vos apresentar a família. Não vou entrar em pormenores sobre as personalidades de cada um, mas apenas referir as suas chegadas à minha vida.

Começando pela pequena mais velha, conhecida por A princesa, com… 22 anitos. A minha menina pequenina, portanto. A gravidez, não tendo sido propriamente planeada, foi vivida pelos os pais com alguma parcimónia no início. Mas eu não estive com meias medidas e, nem pensei se era cedo ou não, ofereci-lhes uma blusa de bordado da Madeira, sem saber que era a primeira prenda. Disseram-me que ficaram tão enternecidos com o meu gesto que gostavam que eu aceitasse ser madrinha do bebé. E eu aceitei, lisonjeada. Esta menina é um dos grandes amores da minha vida. Só de o escrever sinto o peito cheio de alegria. É a minha menina mais velha. Dois anos e meio depois da sua chegada, nasceu o mano – o meu Gostarzinho, e assim me vi como A Madrinha das duas crianças mais doces, com tanto amor e tanta alegria a invadir-me a vida.
Depois, vieram as meninas da minha irmã. Mais uma emoção sem igual. Nem a consigo descrever. Os nomes que lhes dei: Líti, a mais velha, com 10 anos, e Noqui, a mais nova, com 8 anos.
Vivo a cerca de 100km da minha família, os meus pais e a minha irmã vivem lado-a-lado. E suspeito que a minha irmã criou uma espécie de culto da tia Cipreste lá em casa. A forma entusiasta com que sou sempre recebida por elas e a desilusão que mostram sempre que é hora de vir embora deixam-me com um sentimento de reconhecimento que hei-de agradecer sempre à minha irmã. É muita generosidade. Há coisas da vida que ficam para ser faladas “quando a tia Cipreste vier cá a casa” e isso dá-nos um lugar muito especial, só nosso. Se acaso uma delas resolve desconfiar de alguma coisa que lhe digo e lhe pergunto “alguma vez te menti?” e me responde “não, tia, nunca me mentiste” sinto a verdade e o tamanho que a nossa relação tem.

Dos meus sobrinhos mais velhos, acabei por ser um pouco uma mãe, porque foi assim que a vida se proporcionou. Nunca esquecerei o dia em que a minha cunhada me reconheceu: tu também és mãe deles, és a sua segunda mãe. Quanta generosidade.
Das minhas sobrinhas mais novas fui sempre a tia, a viver longe e a tentar recompor a minha vida e a aproveitar cada minuto juntas, deixando as responsabilidades para os pais.

Depois chegou o Chaparro e foi logo adoptado como tio por todos eles.

Com a chegada do Chaparro, veio também o Freixo (tinha 7 anitos, hoje está com 15 anos) e um turbilhão de emoções. Primeiro, pensar que talvez não o devesse sequer conhecer porque muito provavelmente não levaria a relação adiante pelo que seria emocionalmente muito mais seguro para toda a gente que não nos conhecêssemos. O tempo passou e acabámos por nos conhecer. E eu com aqueles mitos todos de que os putos odeiam as namoradas do pai mas o diacho do puto foi simpático e muito receptivo. Resumindo: conquistou-me. Perguntou logo ao pai se eu seria a sua madrasta, mas fez questão de frisar que não gostava do termo, muito provavelmente à causa dos contos dos irmãos Grimm. O tempo passou e os afectos começaram a ocupar o seu lugar. E eu sempre muito consciente, sempre com os travões accionados a repetir: não sou a mãe dele, ele tem mãe.
Não quero dizer que tenha sido difícil construir a minha relação com o Freixo, porque não o foi, ele é muito afável e uma pessoa que gosta da família, e já era assim em garoto. Sempre me incluiu na família. Um dia, disse ao pai que gostava de ter mais irmãos (tem dois, mais novos, do lado da mãe) que fossem “filhos da Cipreste”. Querem mais generosidade do que isto?
Enfim, temos a nossa relação, temos as nossas cenas que são só nossas, a nossa cumplicidade. E é muito bom quando estamos os três juntos e a receptividade dele face ao nosso casamento, depois aos tratamentos e agora face à adopção é das coisas melhores para nós, faz de nós três uma família (mais o gato, vá).

Temos mais dois sobrinhos: os manos do Freixo. São o T., com 9 anos e o D., com 5 anos. O mais pequeno, como nunca passa muito tempo connosco é um tímido, ainda se esconde muito de nós. Já o T., posso dizer que tem uma relação connosco. Há 2 anos passou duas semanas em nossa casa, nas férias de Verão. E foi muito bonito. Tanto pelo gesto do Freixo querer trazer o irmão, bem mais novo, como pela forma como se mostrou sentir em casa. Dá os abraços mais gostosos do mundo.

E agora a família vai aumentar porque vamos ser tios de novo, por vias da mana Chaparra.

Há dias, alguém, dizia ao Chaparro que finalmente ia saber o que é ser tio e ele respondeu, muito pronto, que já é tio (pelo meu lado da família). E eu senti o coração quentinho.


E agora só uma curiosidade: Se fizerem contas, perceberão que neste grupo de 8 crianças*, metade são “de sangue” e outra metade não são. Penso que isto diz algo sobre de onde não vem o amor.

Cipreste


* ok, ok, a Princesa, o Gostarzinho e o Freixo já não são crianças, mas contam na mesma; e já estou a contar com o/a sobrinho/a que vem aí

3 comentários:

Ana disse...

Que família maravilhosa!

Cipreste disse...

:)))))

Bruxa Mimi disse...

Fiquei com os olhos húmidos... malditas poeiras!